A feira do bairro Amazonas ficou fechada durante toda a quarentena e voltou neste domingo, em novo endereço. Ela mudou de lugar após o alagamento ocorrido em janeiro. Saiu da Av.Alvarenga Peixoto e foi para a Avenida Tiradentes, entre as avenidas JK e Benjamin Guimarães.
Os clientes até compareceram e visitaram a feira no novo endereço, mas em número menor do que o desejado e esperado por alguns feirantes. A maior parte, sem máscara de proteção. Já entre os feirantes, a maioria cumpriu as determinações da prefeitura, utilizava máscara e oferecia álcool em gel para os clientes.
O senhor Aníbal, que vende frutas na feira há mais de vinte anos, disse que trouxe metade da mercadoria que normalmente traz e ainda assim não conseguiu vender. “Tô no prejuízo” disse.
Revoltado, ele mostrava as mercadorias que nem tirou das caixas. Abacaxis, batatas, bananas e muitas frutas e verduras que não foram vendidos. Ele é um dos muitos feirantes que defende o retorno da feira para seu antigo endereço, na Avenida Alvarenga Peixoto.
Outra que segue a mesma linha é Gleyce Andrade, cuja família tem uma banca na feira há 20 anos. Segundo ela, “foi muito difícil enfrentar a pandemia, tinha que voltar”. Ela diz que não teve medo de contaminação no retorno das atividades, mas defende o retorno da feira para o antigo endereço.
Nem todos pensam da mesma forma. Cristiane Oliveira, que tem uma banca de roupas na feira, defende que é preciso ter paciência. Ela conta que esteve também no retorno da feira de artesanato de Belo Horizonte e que a situação no bairro Amazonas está até melhor do que na capital.
“As pessoas têm que ter paciência. Não vivemos uma situação normal, vivemos ainda uma pandemia, e era esperado que viesse menos gente hoje. Considerando o que vi na feira hippie, é até surpreendente que tenha tanta gente aqui”, conta.
Comerciantes que tem lojas na Avenida Tiradentes também ganharam com a mudança. Solange Denise, que vende roupas na Avenida Tiradentes, diz que o aumento de movimento hoje ainda é pequeno, “mas a expectativa é boa”, conclui.
Muitos feirantes, no entanto, reclamaram da falta de organização prévia por parte da prefeitura. Falta de marcação de lugares para os feirantes, falta de sinalização sobre mudanças no trânsito local e pouca divulgação sobre a mudança e sobre a reabertura estão entre as reclamações ouvidas tanto de feirantes, quanto de consumidores e moradores da região da feira.
A administração municipal distribuiu folhetos com as novas normas, mas enquanto a reportagem do Coluna1 caminhou pela feira, não identificou a ação de fiscais da prefeitura para verificar se as normas de segurança sanitária foram cumpridas.
Vereadores e prefeitura ainda discutem se a feira volta ou não para seu antigo endereço. Por enquanto as coisas ficam como estão. No próximo domingo a feira acontecerá na Avenida Tiradentes, de novo.
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