Em nova pesquisa do instituto CP2, divulgada pelo jornal O Tempo, Marília manteve o favoritismo e segue disparada na frente. A petista deve vencer no primeiro turno. Contudo, outros candidatos cresceram mais que a ex-prefeita e pela primeira vez aparece nas pesquisas uma possibilidade real da disputa ir para um segundo turno.
Só não dá para saber ainda qual é o candidato com mais chances de chegar ao segundo turno com Marília Campos, caso ele aconteça. A disputa pelo segundo lugar está completamente indefinida.
Doutor Wellington segue como favorito para avançar e manteve o segundo lugar das últimas pesquisas. Mas Felipe Saliba, candidato apoiado por Ademir Lucas, conseguiu subir um nas intenções de voto e encostou no candidato do Republicanos. Professor Irineu também está no empate técnico pelo segundo lugar.
Marília tem 40,9%, Doutor Wellington tem 7,4%, Felipe Saliba 7,1% e Professor Irineu, com 6,9%. Além deles, Ivayr Soalheiro com 3,7%, também está entre os que têm maiores chances de chegar ao segundo turno. Os outros candidatos tem menos de 2% na pesquisa e estão um pouco mais longes da disputa.
ESCOLHENDO ADVERSÁRIO
Dizem que time que quer ser campeão não deve escolher adversário e na campanha de Marília Campos prevalece essa lógica. Por lá é reforçada a expectativa de vitória no primeiro turno e o respeito aos demais adversários.
Contudo, se fizer as contas e avaliar as circunstâncias, o melhor para Marília seria, talvez, torcer por Felipe Saliba, do DEM. O fato que ajudou ele a crescer nas pesquisas é o mesmo que dificulta sua vitória. Felipe Saliba é apoiado por Ademir Lucas.
O ex-prefeito tem votos suficientes para colocar um candidato no segundo turno, mas, nas últimas eleições que disputou, o que sobressaiu mesmo foi a rejeição que Ademir sofre na cidade. Para Marília, será mais fácil combater um adversário carimbado por Ademir Lucas do que se submeter a uma novidade como Wellington Ortopedista.
Dito isto, hoje, Marília é favorita em qualquer cenário contra qualquer candidato, mas o candidato que talvez ofereceria menor risco à petista seria Felipe Saliba.
Entre os pontos que tornam Doutor Wellington um candidato mais competitivo estão o fator “novidade política” e o peso de sua vice, Maria José Chiodi.
Doutor Wellington é vereador em primeiro mandato, médico, jovem e tem os requisitos para ser uma ameaça para Marília Campos. Além disso, trará um dos candidatos a vereador que deve estar entre os mais votados no município, Alex Chiodi; traz um símbolo do newtismo na cidade, Maria José Chiodi; e terá, provavelmente, a simpatia de muitos dos atuais vereadores e da maioria dos adversários da prefeita nesta eleição.
Marília Campos, por sua vez, tem a seu favor o fato de ter sido uma prefeita muito bem avaliada e que durante seus dois mandatos conseguiu manter uma boa relação com os vereadores e principais lideranças da cidade, mesmo as de oposição.
Os políticos opositores à candidatura de Marília e que não estão diretamente ligados a candidatura de seu adversário no segundo turno, podem até não apoiar a ex-prefeita; mas poucos entrarão de cabeça em uma campanha adversária.
Outro ponto favorável para Marília é a votação de Ivayr Soalheiro. Os votos dele podem ser definidores para vitória de Marília Campos.
Ivayr hoje tem 3,7% dos votos. Possui uma presença massiva na região do Ressaca, sua base eleitoral, e tem como vice Amarildo de Oliveira. Amarildo fez história no PT e chegou a ocupar diversos cargos em governos petistas. Ele também já tentou se candidatar a prefeito de Contagem pelo PT em outros momentos e só saiu do partido para ocupar um cargo no governo de Carlin Moura, em 2012.
Toda essa proximidade pode facilitar a articulação para que Ivayr Soalheiro, caso não chegue ao segundo turno, negocie seu apoio para Marília Campos.
No entanto, se Ivayr conseguir ultrapassar os adversários e chegar em segundo lugar, as chances dele agregar os votos dos outros candidatos e fortalecer sua posição em regionais onde Marília não tem presença hegemônica são muito grandes. Desta forma, ele também poderia dar trabalho para a ex-prefeita.
Entre os candidatos com maior chances de segundo turno, professor Irineu é o único com vinculação a um discurso radical de direita e, caso vá para a disputa direta com Marília, tende a fazer a campanha em Contagem se radicalizar e se nacionalizar.
Dos candidatos com chances de ir a um segundo turno, o candidato do PSL é o único que deve tentar colar sua imagem a do presidente Jair Bolsonaro; também deve ser o único com chances de receber um apoio explícito do presidente.
Caso isso ocorra, é preciso ver como as principais lideranças políticas da cidade e os candidatos a vereador com mais voto se alinharão.
Hoje é pouco provável que existam muitas lideranças entre as mais votadas da cidade com disponibilidade para colocar seu nome a serviço do bolsonarismo ou do petismo lulista. Prevalece entre as principais lideranças de Contagem uma certa neutralidade individualista, que deve continuar em relação à política nacional.
INDECISÃO AINDA ESTÁ EM SEGUNDO LUGAR
O que torna a eleição em Contagem ainda muito incerta é a grande quantidade de indecisos. Se considerados apenas os votos válidos – descontados brancos, nulos e indecisos – Marília vence no primeiro turno com 54% dos votos.
Mas o número de indecisos ainda é muito elevado, em 10,1%. A pesquisa ainda avaliou a consolidação dos votos e indicou que muitos ainda podem alterar sua opção para prefeito. Apenas 43% diz que não mudará de opinião.
Ao mesmo tempo que essa informação cria dúvidas sobre a possibilidade de um segundo turno, acaba fortalecendo a candidatura de Marília Campos. Pois existe uma tendência entre os “incertos” de escolher a candidata petista. Se essa mesma tendência se refletir nos “indecisos”, a ex-prefeita se fortaleceria ainda mais.
RESULTADOS COMPLETOS
Marília Campos (PT) – 40,9%
Doutor Wellington (Republicanos) – 7,4%
Felipe Saliba (DEM) – 7,1%
Professor Irineu (PSL) – 6,9%
Ivayr Soalheiro (PDT) – 3,7%
Coronel Fiuza (PTC) – 1,9%
Maria Lúcia Guedes (PV) – 1,6%
Wellington Silveira (PL) – 1,3%
Coronel Alvear (Cidadania) – 1,1%
Márcio Bernardino (Novo) – 0,9%
Alfredo Cardoso (Patriota) – 0,6%
Dulce (PMB) – 0,4%
Lindomar Gomes – 0,1%
Sebastião (PCO) – 0%
Brancos/Nulos – 15,1%
Indecisos – 10,1%
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