Jejum intermitente: O que acontece com o corpo quando ficamos sem comer?

O jejum intermitente não é apenas mais uma moda de dieta; é uma prática milenar com respaldo científico crescente. De benefícios metabólicos a impactos na saúde mental, os efeitos de ficar sem comer por períodos controlados continuam surpreendendo pesquisadores e adeptos. Mas o que realmente acontece no corpo durante o jejum?
O que acontece no corpo durante o jejum?
1. Primeiras 6 a 12 horas:
O corpo esgota as reservas de glicose no fígado, chamadas de glicogênio, e começa a usá-las como energia.
Níveis de insulina caem, facilitando a queima de gordura armazenada.
2. 12 a 24 horas:
Sem glicose disponível, o corpo entra em cetose, um estado em que queima gordura para produzir cetonas, compostos que fornecem energia alternativa para o cérebro e músculos.
Há relatos de maior clareza mental e energia devido ao uso das cetonas como combustível cerebral.
3. 24 a 48 horas:
Ativa-se a autofagia, um processo de “reciclagem celular” em que o corpo elimina células danificadas e proteínas acumuladas.
Esse processo está associado à prevenção de doenças como Alzheimer, Parkinson e alguns tipos de câncer.
4. Após 48 horas:
A produção de hormônio do crescimento pode aumentar em até 5 vezes, favorecendo a preservação muscular e a regeneração celular.
Há redução significativa de inflamações no corpo.
Benefícios potenciais do jejum
Saúde metabólica: Reduz a resistência à insulina, diminui os níveis de glicose no sangue e melhora o perfil lipídico.
Controle de peso: Promove a queima de gordura sem reduzir a massa magra.
Saúde mental: As cetonas melhoram a função cerebral, aumentando a clareza mental e reduzindo sintomas de ansiedade.
Prevenção de doenças: Estudos sugerem que o jejum pode ajudar a retardar o envelhecimento e reduzir o risco de doenças crônicas, como diabetes tipo 2 e doenças cardíacas.
Diferentes protocolos de jejum
1. 16/8: Jejum de 16 horas com uma janela alimentar de 8 horas.
2. 5:2: Comer normalmente por 5 dias e reduzir a ingestão calórica para 500-600 calorias em 2 dias não consecutivos.
3. Jejum alternado: Alternar dias de alimentação normal com dias de jejum completo ou parcial.
4. Jejum prolongado: Dura 24 horas ou mais e requer supervisão médica para evitar riscos.
Curiosidades históricas
Muitas culturas praticam jejum como parte de rituais espirituais, incluindo o Ramadã no Islã e períodos de jejum no cristianismo e hinduísmo.
Na pré-história, a escassez de alimentos fez do jejum uma necessidade natural, moldando a fisiologia humana para se adaptar a períodos sem comida.
Cuidados e riscos
Embora o jejum intermitente seja seguro para a maioria das pessoas, há situações em que ele pode ser prejudicial. Gestantes, lactantes, crianças, pessoas com transtornos alimentares ou condições médicas específicas devem evitar o jejum sem orientação de um profissional de saúde.
O futuro do jejum intermitente
Com o avanço das pesquisas, o jejum intermitente está sendo cada vez mais explorado como uma ferramenta terapêutica para doenças crônicas e até mesmo como complemento ao tratamento do câncer. Essa prática, que combina ciência moderna e sabedoria ancestral, continua a desafiar e redefinir nossa relação com a alimentação e a saúde.